Depois da pandemia, o que mais ouvi de relatos de clientes e seguidores é que não se reconhece mais nas suas roupas, que usava muito antes do lockdown e agora, não consegue usar.
Que tiveram que comprar outras peças para trabalhar de casa e que, ao precisar voltar ao escritório, ficou perdida e o que tinha não se encaixa mais nas suas novas necessidades e, muitas vezes, corpo.
E isso é normal. Nossa rotina influencia e muito o nosso estilo e, consequentemente, guarda-roupa.
Uma coisa que precisamos ter em mente é que nosso guarda-roupa é um organismo vivo, ou seja, está em constante evolução e mudança, e claro, quando falo de mudança, não necessariamente estou falando de compras, mas de adaptação de uso das coisas.
Muitas pessoas dizem que não gostam de rotina, que ela é limitante, que não funciona com horários, mas, ela é muito importante para nosso cérebro funcionar. Sim, ele é preguiçoso, não gosta de fazer coisas novas porque dá trabalho, gasta energia e ele prefere viver no automático, por isso que começar um hábito novo é tão cansativo e fácil de desistir, ele não está na sua rotina, não está no automático do seu cérebro.
Com o nosso estilo e forma que usamos as roupas é a mesma coisa.
Mapear sua rotina, saber o que você faz, na ordem que faz é importante até para definir quantidades do seu armário e o que vestir ou levar ao sair de casa (quem nunca esqueceu a blusa de frio ou não foi treinar no dia porque não daria tempo de passar em casa, mas, se tivesse levado a roupa, poderia ter ido?)
Se você trabalha 4 dias da semana de casa, 1 do escritório, treina todos os dias e sai só aos sábados, é lógico ter várias “roupas de sair”, não investir nas de treino e ter só dois looks para trabalho de casa? Não. Ou você adapta essas “roupas de sair” para trabalhar de casa ou começa a mudar as proporções, para fazer sentido com a sua rotina e evitar frustrações de “nunca sei o que vestir, porque não tenho o que vestir para ficar em casa, trabalhando de boas”.
Para organizar isso é super fácil, anote todas as atividades que faz (acordar, caminhar, trabalhar (onde), academia, parque, shopping, cozinhar, bar) e quantas vezes faz na semana. Junto, anote quem te vê nesses momentos, como quer se sentir e o que precisa que essas pessoas sintam sobre você (ex: trabalho de casa, reuniões constantes com meu chefe e clientes, quero estar confortável e que eles me vejam como uma pessoa séria, capaz e bonita).
Com isso em mãos, compare com as suas roupas, quais delas fazem você se sentir assim em cada situação que relatou e que transmitem o que precisa? Se for preciso, separe por setores, organize as roupas por ocasião de uso e comece a brincar com as composições para cada situação antes de mesclar.
Só de entender sua rotina e suas necessidades, já vai conseguir pensar num melhor uso para o que tem e trazer novos moradores pro seu armário que vão se dar muito bem com seus vizinhos e complementar o que já tem, ao invés de só fazer volume.
Você já conhece a sua rotina? Tem o que precisa para ser feliz ou tem áreas que estão sobrando?
