História da Beleza no Brasil

Capa do livro

Se você trabalha com algum setor da beleza ou simplesmente tem curiosidade em saber e entender qual é a relação do brasileiro com a beleza durante os últimos anos, esse livro é extremamente necessário para isso.

“Há séculos, a beleza distingue e desperta invejas. Ela é objeto de desejo, instrumento de poder e moeda de troca em diferentes sociedades. No último século, o corpo transformou-se em algo tão importante, complexo e sensível quanto outrora fora a alma. Esta obra, que combina trabalho rigoroso e linguagem saborosa, mostra o que se faz para buscar a beleza – e como esse conceito muda com o tempo. Desde o garbo e a elegância nos primeiros anos da República até a atual banalização das cirurgias plásticas, História da beleza no Brasil trata das transformações ligadas aos padrões estéticos e aos cuidados com o corpo, mas também do martírio causado pela feiura e da tumultuada luta para driblar o envelhecimento, a solidão e o fracasso.”

História da Beleza no Brasil, Denise Bernuzzi de Sant’anna

Além de te apresentar esse recorte da história brasileira, o livro te provoca muitos questionamentos de como é a nossa relação hoje com nossos corpos, rostos, moda, beleza.

Infelizmente, o recorte de estudo da autora não envolve a cultura do povo negro (mas, tem um outro livro que o faz, a leitura está em andamento no momento), mesmo assim, tem algumas nuances que, para os olhos mais atentos, vai entender onde esse povo estava inserido.

Vou dividir alguns pensamentos e discussões que travei comigo durante a leitura, e, sinta-se a vontade para partilhar os seus nos comentários.

É interessante ver como que beleza é sinônimo de luxo, felicidade, riqueza, limpeza, e com isso, passamos por diversas fases, como a da pele branca ser a considerada mais saudável e bela e depois a pele bronzeada (aquela adquirida na praia ou clubes e não a de nascença, essa era suja, doente), por indicar atividade ao ar livre, essencial para a saúde.

Tivemos a fase do cabelo liso e a do cabelo cacheado (mais uma vez o feito em salões, com babyliss, bobes e não os naturais e muito menos os crespos, tem um limite né?!), representavam cuidado, prestígio, seriedade, luxo.

Embelezar-se já foi considerado pecado, mais uma forma de manter o corpo feminino como propriedade de seu pai ou seu marido, ela não poderia escolher, só ser autorizada pelo seu dono a fazê-lo, se ele quisesse e não visse maldade nisso. E olha aí, como até hoje lutamos para que os homens entendam que não somos objetos e algumas de nós para se aceitar como indivíduo, com desejos e necessidades que vão além dos nossos parceiros e/ou responsáveis.

Beleza é associada a felicidade, riqueza, então gente considerada bonita pelo padrão social não pode ficar triste e nem ser pobre, mas o pobre, se ganhar dinheiro, pode investir na sua beleza, quem nunca ouviu as frases “com dinheiro é fácil ficar bonito”?, “só é feia porque é pobre”, “uma menininha tão linda, por quê ta chorando?”?

Já foi padrão ser igual e ser diferente, desde que esse diferente não seja tão diferente assim, existe um limite. E hoje, buscamos pela autênticidade, ser você mesmo, se imprimir em tudo que faz e usa, mas até aqui encontramos limites né?!

É o “seja você mesmo”, “aceite seu corpo”, mas ainda sim tem um padrão para alcançar, tem a autenticidade aceitável pela mídia.

A leitura identificou vários gatilhos aqui na minha mente, questões que não serão respondidas agora, mas que me ajudarão a ser uma profissional melhor, a ajudar minhas clientes a alcançarem seus próprios padrões, suas autenticidades no tempo delas, ajudando-as durante esse caminho, apoiando, dando alternativas, para que haja aceitação na frente do espelho e, se dermos sorte, na sociedade também.

Se quiser ler, tem versão impressa e e-book dele, vou deixar o link da amazon aqui: https://amzn.to/3xQdyCU

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *